A Queima das Fitas do Porto faz movimentar 28 milhões de euros na cidade, sendo um dos maiores acontecimentos económicos e sociais da cidade e da Área Metropolitana do Porto (AMP). De acordo com o estudo da autoria de Paulo Mota e Rui Henrique Alves, doutorados em Economia, investigadores e professores na Faculdade de Economia do Porto (FEP), o estudo coloca, ainda, a Queima das Fitas do Porto como o segundo maior acontecimento que mais pessoas traz à cidade, logo a seguir às Festas de São João.

Francisco Porto Fernandes, presidente da Federação Académica do Porto (FAP), explica que “o resultado deste estudo vem confirmar que a Queima das Fitas do Porto – a festa maior da academia portuense – gera uma dinâmica inigualável na economia das cidades de Porto e Matosinhos”. “São oito noites de festa responsável, e cada vez mais sustentável, que permitem à Federação Académica do Porto desenvolver o seu trabalho social ao longo do ano, mudando o futuro de muitos jovens, tendo sempre como prioridade a educação”, reage o presidente da FAP.

Os efeitos diretos representam um pouco mais de 40% do total, respeitando a despesas em bens e serviços efetuadas pela FAP para a realização da Queima e pelos participantes nas diversas atividades englobadas no evento, enquanto a maior parte deste (60%) decorre dos efeitos indiretos – pela necessidade de inputs adicionais para a produção e oferta dos referidos bens e serviços – e induzidos – pela utilização dos rendimentos adicionais decorrentes dos efeitos diretos e indiretos.

Artigos de vestuário, restauração, bebidas, transportes, alojamento, segurança e serviços criativos, artísticos e de espetáculo são os setores onde os efeitos são mais acentuados, refere o estudo que, salvaguarda: “o verdadeiro impacto económico da Queima será certamente maior, sendo difícil de avaliar o grau de subavaliação que os resultados apresentados encerram. A análise foca-se nos efeitos de curto prazo, mas haverá, com certeza, efeitos adicionais, a médio e longo prazo, visto que a realização da Queima das Fitas do Porto proporciona à FAP as receitas necessárias para um conjunto variado de realizações, que ultrapassa a vertente festiva e académica, e que tem impacto ao nível desportivo, cultural e social.”

A construção e manutenção da residência universitária é um dos principais exemplos dos potenciais efeitos adicionais, não só pelos efeitos conhecidos que o investimento na área da construção/reabilitação promove, mas sobretudo pela possibilidade de albergar 40 estudantes bolseiros que, de outro modo, poderiam não ter condições de prosseguir estudos a nível superior, com o evidente custo ao nível de capital humano. Outro exemplo é o projeto social de voluntariado “FAP no Bairro”, um espaço comunitário concebido e coordenado por estudantes, no Bairro do Carriçal e no Bairro Dr. Nuno Pinheiro Torres, assim como os Campeonatos Académicos do Porto, que promovem a aprendizagem cognitiva e um estilo de vida saudável junto de mais de três mil atletas e a Tomorrow Summit, uma plataforma para potenciar ideias e estimular a discussão da relação da Academia com uma cidade que se afirma cada vez mais Smart City.

As atividades académicas como a Monumental Serenata, a Missa da Bênção das Pastas ou o Cortejo Académico atraem à Invicta um enorme número de pessoas. No caso do Cortejo Académico de 2023, estiveram mais de 400 mil pessoas na Baixa do Porto, entre estudantes e público, enquanto as “Noites da Queima” levam milhares de estudantes e não estudantes ao “Queimódromo”.

Os autores do estudo da FEP, Paulo Mota e Rui Henrique Alves, salientam que “os resultados obtidos comprovam de forma evidente a importância da Queima das Fitas do Porto, mostrando que o evento, que começou por uma ‘pequena festa estudantil’ há um pouco mais de 100 anos, se constitui num acontecimento económico e social de elevado relevo, capaz de fazer deslocar à cidade do Porto milhares de pessoas, de provocar transações económicas e financeiras de volume muito significativo e de determinar um impacto económico líquido bastante relevante para a AMP”. “É absolutamente inequívoca a importância para a economia em geral, e para a área geográfica em particular, do maior evento académico do Norte do país – a Queima das Fitas do Porto”, conclui o estudo. Recorde-se que a FAP não recebe qualquer tipo de subsidiação pública direta.